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Campeonato Sul-Americano de Veteranas de Tênis: Tradição, Conquistas e Amizade

Gustavo Werneck
16 de abr.
3 min de leitura

O 26º Campeonato Sul-Americano entre Clubes de Veteranas de Tênis reuniu, mais uma vez, atletas de seis países em uma celebração do esporte, da amizade e da integração. Realizado este ano em Mar del Plata, na Argentina, o evento contou com a participação de 434 jogadoras, com idades entre 30 e 85 anos, distribuídas em nove categorias: +30, +40, +50, +60, +65, +70, +75, +80 e +85. Entre as participantes, destacou-se Terezinha Acioli, de 93 anos, mãe de um ex-capitão da equipe brasileira na Copa Davis, que competiu na categoria +85.

O torneio, que não possui vínculo com órgãos oficiais de tênis e segue suas próprias regras, é disputado em formato de duplas. Cada confronto envolve três duplas, estrategicamente formadas de acordo com a soma técnica das jogadoras, garantindo equilíbrio e competitividade. Apesar de a chuva ter atrapalhado parte dos jogos, já que a cidade não dispõe de quadras cobertas, o espírito de confraternização e a alegria das participantes compensaram as adversidades climáticas.

Brasil: Destaque e Tradição

A delegação brasileira, tradicionalmente uma das maiores do campeonato, marcou presença com equipes completas em todas as categorias. Este ano, o Brasil conquistou o 1º lugar na categoria +80 e o 2º lugar na categoria +75, reafirmando sua força no torneio. Um dos momentos mais marcantes foi a vitória das jogadoras da categoria +80, que enfrentaram frio e vento em uma partida que terminou às 22h30, demonstrando determinação e paixão pelo esporte.

Equipe + 80 trouxe o título da categoria para o Brasil

Além das conquistas, o Brasil detém o recorde de participantes no campeonato, com 520 jogadoras na edição de 2023, realizada em Jurerê, Santa Catarina. O clube brasileiro de veteranas de tênis é único por reunir atletas de diversos estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Toda a organização, desde os treinos até os shows apresentados pelas delegações, é feita de forma colaborativa, utilizando ferramentas como o WhatsApp.

História e Legado

Criado em 1972, o Campeonato Sul-Americano de Veteranas de Tênis é fruto do esforço e da visão de seis pioneiras: Julia Borsoni e Tereza Avignon, da Argentina; Suzana Sarno e Mabel Rigoli, do Uruguai; e Yone Borba Dias e Henny Fontoura, do Brasil. No ano passado, o torneio perdeu as últimas fundadoras vivas, Tereza, Mabel e Henny, mas o legado deixado por elas continua vivo. Hoje, o Comitê Sul-Americano é composto por representantes de todos os países participantes, incluindo Vavá d’Arriaga, do Brasil, que preside o clube brasileiro.

O torneio segue um rodízio de sedes, com a Argentina recebendo o evento a cada dois anos, seguida por Chile, Uruguai, Paraguai, Brasil e Bolívia. Essa alternância reforça o espírito de integração entre os países, que compartilham não apenas a paixão pelo tênis, mas também momentos de confraternização e amizade.

Mais que um Torneio: Uma Experiência de Vida

Além do alto nível técnico das partidas, o Sul-Americano de Veteranas de Tênis é marcado pela camaradagem entre as participantes. Quando a chuva interrompe os jogos, a diversão e a convivência tomam conta, fortalecendo os laços entre as delegações. Um exemplo disso foi a viagem de 30 horas de ônibus de uma das equipes brasileiras, que registrou o momento com uma foto na aduana em Paso de Los Libres, na fronteira com Uruguaiana.

O campeonato é mais do que uma competição esportiva: é uma celebração da vida, da amizade e da superação. As veteranas, com suas histórias e conquistas, inspiram gerações e mostram que o amor pelo esporte não tem idade.