Djokovic sobre Federer e Nadal: "Nunca fui tão amado quanto eles"
- Raphael Favilla

- 13 de jun.
- 3 min de leitura
Em uma entrevista reveladora ao programa "Failures of Champions", comandado pelo ex-jogador de futebol croata Slaven Bilic, Novak Djokovic abriu o coração sobre sua relação com Roger Federer e Rafael Nadal, admitindo que nunca recebeu o mesmo carinho do público que seus grandes rivais.
O recordista de títulos de Grand Slam masculino, com 24 troféus, não poupou palavras ao descrever como se sentia durante o auge da rivalidade do Big 3. "Nunca fui tão amado quanto Federer e Nadal porque não era para eu estar lá. Eu era o pequeno, o terceiro que chegava e dizia: 'Vou ser o número 1'. Muita gente não gostou disso", revelou o sérvio de 38 anos.
A declaração veio após sua eliminação nas semifinais de Roland Garros 2025, onde foi derrotado pelo italiano Jannik Sinner. Djokovic explicou que sempre sentiu uma diferença no tratamento recebido dos fãs em comparação com seus dois grandes rivais.
"Eu jogava e ainda me sentia como uma criança indesejada. Eu me perguntava por que isso acontecia. Isso me magoava. Depois, pensei que os fãs me aceitariam se eu agisse de forma diferente. Mas também não foi o caso", confessou o tenista, revelando como a percepção do público o afetava emocionalmente.
O sérvio admitiu que tentou mudar seu comportamento para conquistar a torcida, mas sem sucesso. "Sou um homem com muitos defeitos, é claro. No entanto, sempre tentei viver com o coração e as boas intenções e, em última análise, ser eu mesmo", complementou.

Rivalidade apenas dentro das quadras
Apesar dos sentimentos sobre a recepção do público, Djokovic fez questão de esclarecer que sua rivalidade com Federer e Nadal nunca extrapolou os limites esportivos.
"Só porque alguém é meu maior rival não significa que eu lhe deseje mal, odeie ou queira fazer qualquer outra coisa em quadra para derrotá-lo. Lutamos pela vitória e o melhor jogador vence", explicou.
Preferência por Nadal
Quando questionado sobre sua relação com os dois rivais, Djokovic foi direto: "Sempre respeitei os dois. Nunca disse nada de ruim sobre eles, nem direi. Eu os admirava e ainda os admiro. Mas sempre me dei melhor com o Nadal."
A revelação mostra uma faceta mais humana do campeão, que mesmo com todos os recordes conquistados - incluindo ser o tenista com mais semanas como número 1 do mundo (428 semanas) e mais títulos de Masters 1000 (40) - ainda carrega as marcas emocionais de sua jornada até o topo.
O contexto histórico
Djokovic chegou ao topo do tênis mundial em um momento em que a rivalidade entre Federer e Nadal já estava estabelecida e cativava multidões ao redor do mundo. O suíço, com seu estilo elegante, e o espanhol, com sua garra e determinação, já haviam conquistado o coração dos fãs quando o sérvio emergiu como uma força dominante no circuito.
A partir de 2011, Djokovic começou a quebrar a hegemonia da dupla, iniciando uma das mais impressionantes sequências de vitórias da história do tênis. Sua ascensão coincidiu com uma mudança em sua dieta e preparação física, transformando-o no jogador mais consistente do circuito.
Números que falam por si
Atualmente, Djokovic lidera as estatísticas do confronto direto contra ambos os rivais: 30 vitórias contra 29 derrotas para Nadal e 27 vitórias contra 23 derrotas para Federer. Além disso, possui o recorde de títulos de Grand Slam (24), mais que Nadal (22) e Federer (20).
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