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Primos fazem história e chegam juntos às semifinais em Xangai

O Masters 1000 de Xangai vive uma história familiar nesta semana. Os primos Arthur Rinderknech e Valentin Vacherot surpreenderam o circuito e chegaram juntos às semifinais do torneio, após campanhas marcadas por vitórias sobre favoritos e grandes atuações.


Nesta sexta-feira, Rinderknech completou a façanha ao vencer o canadense Félix Auger-Aliassime, por 6/3 e 6/4, em 1h27 de jogo, conquistando sua terceira vitória consecutiva sobre um top 20. Antes, o francês de 30 anos havia eliminado o número 3 do mundo, Alexander Zverev, e o 19º, Jiri Lehecka. O resultado o coloca em sua primeira semifinal de Masters 1000 e garante uma ascensão de 17 posições no ranking, chegando ao 37º lugar, seu recorde pessoal.


“A família inteira está acompanhando de casa. Estamos em nosso próprio mundinho aqui. Foi incrível e hoje tive uma boa performance. Estou feliz que foram três sets, então não estou tão cansado para amanhã”, afirmou Rinderknech após a vitória nas quartas. O francês enfrentará agora o russo Daniil Medvedev, que superou Alex de Minaur.

Rinderknech comemorou também o feito de seu primo Valentin Vacherot, que um dia antes havia garantido sua vaga inédita entre os quatro melhores ao derrotar o dinamarquês Holger Rune em três sets.


Arthur Rinderknech
Arthur Rinderknech (Foto: Rolex Shanghai Masters)

“Eu estava muito estressado ontem durante toda a partida dele”, confessou o francês, que acompanhou o jogo do primo na arquibancada. “Não estou acostumado a ver jogos na quadra e queria muito que ele vencesse. Eu estava muito estressado, mas não queria demonstrar nada. Não queria estressá-lo. Hoje foi muito mais tranquilo para mim em quadra.”


Um dia depois, foi a vez de Vacherot retribuir a torcida. “É muito bom que isso esteja acontecendo aqui. Ontem eu estava pensando que teria sido especial talvez estar um pouco mais perto de casa, então talvez algum familiar pudesse vir ou algo assim”, afirmou o monegasco.


“Mas acho que estamos apenas na nossa pequena bolha aqui com meu irmão, que é meu treinador, e que também está ajudando um pouco Arthur, além de minha namorada. Não somos muitos e estamos na nossa pequena bolha fazendo o nosso trabalho. Então, estou muito feliz que isso esteja acontecendo aqui juntos”, completou.


Campanha histórica de Vacherot

Valentin Vacherot
Valentin Vacherot (Foto: Rolex Shanghai Masters)

A vitória sobre Rune levou Vacherot às lágrimas. O tenista de 26 anos é apenas o segundo monegasco a alcançar uma semifinal de ATP, repetindo o feito de Jean-René Lisnard, semifinalista em Chennai 2003. O resultado também o torna o segundo semifinalista com pior ranking da história dos Masters 1000 (desde 1990), atrás apenas de Chris Woodruff, então 550º, em Indian Wells 1999.


De quebra, Vacherot garantiu sua entrada inédita no top 100, subindo 112 posições e assumindo o 92º lugar. “Eu vim como reserva do quali, nem tinha certeza se jogaria na classificação”, contou o monegasco. Na lista de corte original, ele estava a 22 posições de entrar no sorteio e, ao chegar em Xangai, era o nono da lista de espera.


“Eu sabia que havia uma grande chance porque Xangai é o último Masters 1000 e para alguns, se você se machuca no final da temporada, não corre riscos. Eu sabia que a lista iria rodar”, explicou Vacherot, que só havia jogado uma chave principal de Masters 1000 antes — em Monte Carlo, em abril.


O tenista relembrou também o período difícil que viveu após uma lesão no ombro direito. “Tive uma experiência muito difícil no ano passado, quando me machuquei depois de Roland Garros. Fiquei a 30 pontos do top 100, sentado no sofá, sem conseguir subir no ranking e, depois, caí”, contou.


“Além de ser minha primeira semifinal, também estou indo para o número 92. Foi um momento simplesmente surreal para mim. Tanta emoção. Poder compartilhar isso com meu treinador e irmão, minha namorada, Arthur (Rinderknech), meu primo. Ainda sinto que ainda há algumas pessoas aqui comigo, e também prontas para amanhã torcer pelo Arthur”, acrescentou.


Rinderknech, por sua vez, disse que já esperava ver o primo entre os melhores. “Eu não estava duvidando de nada, mas esperava por este momento há muito tempo. Mal posso esperar para passar um ano inteiro com ele no circuito e nos anos seguintes”, afirmou.


Dupla que faz história

Com as campanhas paralelas, os primos protagonizam uma das histórias mais curiosas e emocionantes do circuito nesta temporada. Rinderknech tornou-se o terceiro francês a chegar às semifinais em Xangai, juntando-se a Jo-Wilfried Tsonga (2013, 2015) e Gilles Simon (2014, 2016).


“É enorme. Primeiro, segui meu primo”, disse o francês. “Ele estava passando por momentos difíceis na quinta-feira e estou tentando acompanhá-lo, batalhar e fazer o mesmo que ele. Tem sido incrível desde o início do torneio”, completou.


Rinderknech apostou em golpes agressivos e firmeza mental para vencer Auger-Aliassime, anotando mais winners (19 a 18) e menos erros não forçados (5 a 7). O canadense, praticamente impecável com o saque até então, havia sido quebrado apenas uma vez em todo o torneio — mas diante do francês perdeu o serviço duas vezes.


A primeira quebra veio no sexto game do set inicial, quando Rinderknech encaixou uma passada precisa de forehand. Ele manteve o controle até o fim e levou o primeiro set. No segundo, salvou três break-points cruciais sacando em 2/1 e 0-40 e não foi mais ameaçado até fechar a partida.


“É incrível o que está acontecendo. A semana toda tem sido especial, tanto para mim quanto para o Valentin. É um momento que vamos lembrar para sempre”, resumiu Rinderknech.

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