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A final mais surpreendente de todos os tempos?

Atualizado: 12 de out.

Uma zebra astronômica, um conto de fadas ou uma semana dos sonhos? Qualquer uma dessas expressões podem ser usadas tranquilamente e simbolizam o que aconteceu na cidade chinesa de Xangai nessa segunda semana de outubro de 2025. Ao alcançarem, simultaneamente, o maior resultado de suas carreiras com a primeira final de um torneio ATP 1000 - menos importantes apenas que os quatro Grand Slams - , o francês Arthur Rinderknech e o monegasco Valentin Vacherot não apenas mudaram completamente o rumo de suas próprias carreiras, como fizeram história.


Aos 30 anos de idade e até o início do torneio em Xangai na posição de número 54 no ranking da ATP,  Arthur Rinderknech bateu quatro top 20, incluindo um ex-número um do mundo - o russo Daniil Medvedev - na semifinal deste sábado, para chegar pela primeira vez na carreira na decisão de um ATP 1000 e apenas sua segunda final de torneios de primeira linha profissional. Ele, que nunca havia passado das oitavas de final de um ATP 1000 em toda carreira, de quebra ainda se tornou um dos tenistas mais velhos a atingir pela primeira vez a decisão de um evento dessa magnitude na história do tênis na Era Aberta.


No caminho para a final em Xangai, Rinderknech superou nomes expressivos do circuito como o alemão Alexander Zverev (cabeça de chave 3) na segunda rodada, o canadense Felix Auger-Aliassime (cabeça 12) nas quartas de final e o já citado Medvedev, cabeça de chave número 16, nas semifinais. O feito já colocará o francês no top 40 do ranking - ultrapassando inclusive João Fonseca - e um eventual título o levaria ao top 30 na próxima atualização da lista pela ATP.


Valentin Vacherot e Arthur Rinderknech se abraçam em Shangai após classificação do francês para a final do ATP 1000 contra o primo

Primeiro tenista de Mônaco em uma final de ATP


Se já não bastasse o incrível desempenho de Rinderknech, do outro lado da chave estava seu primo, Valentin Vacherot. Apesar de terem nacionalidades distintas, Valentin e Arthur cresceram juntos e chegaram a estudar e jogar pelo mesmo time no tênis universitário dos Estados Unidos, no início de suas carreiras, em 2017, atuando pela Universidade do Texas.


Quatro anos mais novo, o tenista de Mônaco não disputaria o torneio chinês por um simples motivo: seu ranking, 204º colocado, não o classificava nem mesmo para o qualificatório. Em função de nove desistências, foram abertas vagas suficientes para a entrada do monegasco, que venceu todos seus jogos do qualifying e avançou para sua primeira participação em torneios desse porte. A partir daí, a história começou a ficar completa para os dois, que começaram a derrubar tops do circuito no evento chinês.


Vacherot venceu os cabeças de chave Alexander Bublik (#14), na segunda rodada; Tomas Machac (#20), na terceira fase; Tallon Griekspoor (#27), pelas oitavas; e simplesmente dois top ten em sequência para chegar à decisão: Holger Rune, cabeça 10, nas quartas de final; e o multicampeão e recordista de títulos de Grand Slams - e 40 vezes campeão de ATP 1000 - Novak Djokovic, quarto cabeça de chave do torneio, nas semifinais. O desempenho fez do monegasco o tenista com ranking mais baixo a atingir uma final de ATP 1000 desde a criação dessa categoria de eventos (antes eram chamados de Masters 1000), além de colocá-lo pela primeira vez na carreira na elite do tênis profissional: o top 100 da ATP.


A história ganha ainda contornos dramáticos se voltarmos alguns meses atrás, quando Vacherot se lesionou durante o qualificatório do US Open e teve que encerrar a temporada 2024 ainda em agosto. O encerramento precoce de sua turnê o fez despencar mais de 100 posições no ranking, quando ele estava próximo de entrar para o top 100. O ano de 2025 vinha sendo, até então, de tentar recuperar esses pontos perdidos e retornar ao nível que estava antes da lesão, o que foi superado em muito pelo incrível desempenho em Xangai.


Seja lá qual primo se tornará campeão pela primeira vez de um torneio de primeira linha da ATP - e um dos maiores do circuito - neste domingo, uma coisa é certa: dificilmente veremos novamente uma história com tantas improbabilidades ao mesmo tempo acontecendo nesse nível de um esporte de competição. E que, certamente, a família Vacherot-Rinderknech já está feliz e orgulhosa de seus agora mundialmente famosos atletas de elite.

 
 
 

1 comentário

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Convidado:
12 de out.

Excelente!!! Emocionante a trajetória dos primos!!! Que final 🥂🎾

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