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O caminho dos brasileiros após o sorteio em Wimbledon; Fonseca diz que pode vencer o torneio

O sorteio das chaves de simples e duplas de Wimbledon definiu nesta sexta-feira os primeiros desafios e possíveis adversários para os tenistas brasileiros no tradicional Grand Slam disputado na grama do All England Club. Entre os nomes que mais despertam atenção estão João Fonseca, que fará sua estreia no torneio, Beatriz Haddad Maia, cabeça 21, as duplas femininas com Luisa Stefani e Bia, e agora também a participação de quatro brasileiros nas duplas masculinas. Veja como ficou o panorama completo.


Fonseca estreia contra rival já conhecido e projeta possível reencontro com top 10

João Fonseca vibra
Foto: Arquivo

João Fonseca fará sua primeira partida oficial em Wimbledon nesta segunda-feira, encarando um velho conhecido: o britânico Jacob Fearnley, 51º do ranking. Os dois já se enfrentaram duas vezes nesta temporada, ambas com vitórias do carioca de 18 anos. A primeira foi na semifinal do challenger de Camberra, onde Fonseca venceu por duplo 6/3 e depois ergueu o troféu. A segunda aconteceu na estreia do Masters 1000 de Indian Wells, com placar de 6/2, 1/6 e 6/3. Ambas foram em piso duro.


Atual 57º do mundo, e projetado para ser o 53º na próxima atualização do ranking, Fonseca disputou dois torneios preparatórios na grama. Caiu apertado em Halle para Flavio Cobolli (25º do mundo) e venceu uma partida em Eastbourne, batendo o top 50 Zizou Bergs antes de fazer jogo duro contra Taylor Fritz, número 5 e tricampeão em Eastbourne, em uma batalha de três sets.


Seu rival, Fearnley, é britânico, tem 23 anos e está em seu segundo Wimbledon. Em 2024, avançou uma rodada. Recentemente, venceu dois jogos em Queen’s e mais um em Eastbourne, mas caiu na estreia de Stuttgart.


Se vencer a estreia, Fonseca pode enfrentar o vencedor do duelo entre Tallon Griekspoor (cabeça 31) e o norte-americano Jenson Brooksby. No mesmo setor da chave está o dinamarquês Holger Rune, oitavo favorito, que estreia contra o chileno Nicolás Jarry.


Este será o terceiro torneio de Grand Slam de Fonseca como profissional. Ele já tem vitórias marcantes: em janeiro, passou pelo quali e derrotou Andrey Rublev no Australian Open. Em Roland Garros, venceu Hubert Hurkacz e Pierre-Hugues Herbert, parando na terceira rodada diante de Jack Draper.


Entrevista ao Guardian: expectativas, ídolos e redes sociais

Antes da estreia, Fonseca concedeu entrevista ao jornal britânico The Guardian, em que falou com maturidade sobre a carreira, o momento atual e a pressão. “Sei que haverá semanas ruins. Nas primeiras no saibro, eu não estava bem. Mas em Roland Garros comecei a jogar muito melhor”, disse.


“Tudo é possível. Posso perder na primeira rodada ou vencer o torneio. Só preciso me concentrar, partida após partida.”

Patrocinado pela marca On, da qual Roger Federer é acionista, Fonseca reforçou sua admiração pelo suíço. “Ainda não o conheci, mas espero que aconteça”, afirmou. Seu treinador, Guilherme Teixeira, o aproxima mais de Nadal em termos de ética de trabalho, mas admite a forte inspiração em Federer, pela simplicidade e talento.


Sobre pressão e redes sociais, o jovem diz que lida bem com o peso da expectativa: “Às vezes fico muito nervoso, mas a pressão me deixa mais alerta. Você precisa encontrar um jeito de vencer”. Já quanto à internet, ele se mantém à parte: “Meus pais sempre me incentivaram a sair de casa, ficar longe do celular. Isso me ajudou. Uso o celular, claro, mas redes sociais não são o foco.”


Bia enfrenta rival perigosa e pode ter reencontro com algoz logo nas oitavas


Cabeça 21 do torneio, Beatriz Haddad Maia fará sua estreia contra a eslovaca Rebecca Sramkova (36ª do mundo), contra quem tem vantagem de 4 a 2 no retrospecto. A paulistana de 29 anos busca repetir sua melhor campanha em Wimbledon, quando chegou às oitavas em 2023. No ano passado, caiu na terceira rodada.


Bia vem embalada por boas atuações em Bad Homburg, onde chegou às quartas de final antes de cair para Jasmine Paolini, número 4 do mundo. Sramkova, apesar do ranking atual elevado, tem pouca experiência em Grand Slams: venceu apenas uma partida nesse nível, no Australian Open de 2024, e perdeu na estreia em todos os outros eventos, incluindo Wimbledon do ano passado. Em Queen’s, derrotou a atual campeã de Wimbledon, Barbora Krejcikova.


Caso vença, Bia pode enfrentar Harriet Dart (convidada da casa) ou Dalma Galfi. Depois, deve cruzar com Amanda Anisimova, finalista em Queen’s há duas semanas, e que estreia contra Yulia Putintseva. No mesmo quadrante da chave está Paolini, vice-campeã de Wimbledon em 2024 e atual algoz de Bia. A italiana estreia contra Anastasia Sevastova e pode ter pela frente Linda Noskova ou Bernarda Pera.


Duplas femininas: Stefani e Bia caem em lados opostos e sonham com final brasileira

Luisa Stefani joga com a húngara Timea Babos
Stefani e Babos

Luisa Stefani e Beatriz Haddad Maia serão as representantes do Brasil nas duplas femininas e só poderão se cruzar em uma eventual final. Stefani joga com a húngara Timea Babos e está no topo da chave. Já Bia atua com a alemã Laura Siegemund e está na parte inferior do quadro.


Cabeças 9, Stefani e Babos estreiam contra a belga Magali Kempen e a romena Jaqueline Cristian. Se avançarem, podem enfrentar Renata Zarazua/Giuliana Olmos ou Alexandra Panova/Hanyu Guo. Um eventual reencontro com Kichenok/Perez (cabeças 4 e algozes em Bad Homburg) aconteceria nas oitavas. As principais favoritas da chave, Siniakova/Townsend, estão no caminho das quartas.


Bia e Siegemund, cabeças 11, enfrentam Hailey Baptiste e Caty McNally na estreia. Se vencerem, enfrentam Jodie Burrage/Sony Kartal ou Jessica Bouzas/Yvonne Cavalle. Nas oitavas, podem ter Kudermetova/Mertens (cabeças 8), e nas quartas, Dabrowski/Routliffe (cabeças 2).


Duplas masculinas: confronto brasileiro marca a estreia


Assim como aconteceu em Mallorca, um duelo entre brasileiros abrirá a campanha de dois nomes do país em Wimbledon. Marcelo Melo e Rafael Matos encaram Orlando Luz, que joga ao lado do experiente croata Ivan Dodig. Na semana passada, Melo e Matos levaram a melhor neste mesmo duelo na grama espanhola.


Rivais desta vez, Melo e Dodig têm história no torneio. Em 2013, chegaram juntos à final de Wimbledon, quando ficaram com o vice-campeonato ao perderem para os irmãos Bryan.


Quem vencer a partida deve encarar os cabeças de chave 8, Nikola Mektic e Michael Venus, na segunda rodada. Em seguida, podem cruzar com a dupla francesa Sadio Doumbia e Fabien Reboul, cabeça 14.


Outros dois brasileiros estão do lado oposto da chave. Marcelo Demoliner, jogando com o argentino Guido Andreozzi, estreia contra os cabeças 9, Christian Harrison e Evan King. Já Fernando Romboli joga ao lado do australiano John-Patrick Smith e enfrenta Mackenzie McDonald e Alex Michelsen na estreia. Se vencerem, podem enfrentar Demoliner na segunda rodada, em um possível duelo sul-americano.

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