Bia cai na semi, mas deixa Estrasburgo com moral e esperança para Roland Garros
- Raphael Favilla
- 23 de mai.
- 3 min de leitura

A semana foi de altos e baixos, de garra e superação, mas, no fim das contas, Beatriz Haddad Maia encerrou sua participação no WTA 500 de Estrasburgo com a sensação de dever cumprido. Nesta sexta-feira, a número 23 do mundo não conseguiu superar a cazaque Elena Rybakina, 12ª do ranking, e caiu por 7/6 (9-7), 1/6 e 6/2 em uma semifinal de tirar o fôlego. O duelo, que durou 2h45, teve de tudo: momentos de domínio de ambos os lados, viradas espetaculares e a brasileira mostrando que a má fase ficou para trás.
Apesar da derrota, Bia deixa o saibro francês com a cabeça erguida. Afinal, foi a primeira vez desde setembro de 2024 que a nossa tenista número 1 venceu três partidas seguidas em um torneio, enterrando de vez a sequência de nove derrotas que a assombrou entre fevereiro e abril deste ano. E mais: a postura aguerrida em quadra e a nítida recuperação mental animam a torcida para Roland Garros, onde Bia estreia já neste domingo contra a norte-americana Hailey Baptiste.
Vale lembrar que Bia buscava sua primeira final de WTA no saibro, já que todas as sete decisões anteriores foram em quadra dura ou grama. Suas melhores campanhas na terra batida seguem sendo as semifinais em Roland Garros, Bogotá e agora Estrasburgo.
O jogo
O primeiro set foi um verdadeiro teste para cardíaco. Bia precisou salvar um 0-40 logo de cara, mas mostrou que não estava para brincadeira e reagiu com a garra de sempre. O equilíbrio foi a tônica da parcial, com ambas as jogadoras sacando bem e trocando golpes potentes. No tiebreak, a brasileira chegou a dar um susto, liderando e tendo set-point em 6-5, mas Rybakina salvou com um ace e fechou a parcial em 9-7 após 1h17 de batalha. Pra se ter uma ideia, Bia teve 71% de aproveitamento no primeiro serviço e venceu 76% desses pontos, números que não vinha apresentando há tempos!
No segundo set, a canhota simplesmente decolou. Bia voou em quadra, pressionou o saque da cazaque, conseguiu a primeira quebra do jogo e embalou cinco games seguidos, fechando em um sonoro 6/1. Pra coroar a grande atuação, foi a primeira vez que Rybakina sofreu um break point no torneio até então. Bia apostou em rallies longos e escolheu bem os momentos de definição, mostrando confiança e agressividade.
O terceiro set começou com a brasileira abrindo 2/0, somando sete games consecutivos e dando a impressão de que a virada era questão de tempo. Mas Rybakina não é top 15 à toa e voltou a crescer, encaixou paralelas potentes e venceu seis games seguidos, fechando o jogo no terceiro match point. A estatística final mostrou o quanto a cazaque foi mais agressiva: 44 a 22 em winners e 50 a 26 em erros não forçados.
Olho no ranking e nos próximos desafios
Com a campanha, Bia mantém o 23º posto no ranking mundial, mas tem chance de subir em Roland Garros, já que foi eliminada na estreia em 2024 e pode somar pontos com qualquer vitória em Paris. O desempenho em Estrasburgo também serve como combustível para a sequência da temporada, especialmente no saibro, onde a brasileira busca se firmar entre as melhores do mundo.
Já Elena Rybakina, que fará sua 20ª final de WTA, busca o nono título da carreira e o primeiro desde Stuttgart, em abril do ano passado. Que vença a melhor!
Números que contam a história do jogo
Tempo de partida: 2h45
Parciais: 7/6 (9-7), 1/6, 6/2 para Rybakina
Winners: Rybakina 44 x 22 Bia
Erros não forçados: Rybakina 50 x 26 Bia
Aproveitamento do 1º saque de Bia: 71% (76% dos pontos vencidos)
Duplas faltas de Bia: 7
Comentários