Fonseca pode chegar ao top 10 em 2026? Ex-campeão de Grand Slam dá sua opinião
- Raphael Favilla
- 3 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de jul.
João Fonseca segue fazendo história no tênis mundial. Aos 18 anos, o brasileiro tem chamado atenção no circuito ATP e sua mais recente conquista veio em Wimbledon, onde avançou à terceira rodada após vencer o americano Jenson Brooksby por 6/4, 5/7, 6/2, 6/4.
A trajetória meteórica do jovem tenista começou a ganhar destaque internacional no início de 2025, quando surpreendeu o mundo ao derrotar Andrey Rublev na primeira rodada do Australian Open, em Melbourne. O feito marcou sua estreia de forma espetacular nos Grand Slams.
Apenas um mês após a façanha na Austrália, Fonseca conquistou seu primeiro título ATP ao vencer Francisco Cerundolo na final do Argentina Open, consolidando-se como uma das principais promessas do tênis mundial.
A sequência positiva continuou em Roland Garros, onde o brasileiro alcançou a terceira rodada, estabelecendo então seu melhor resultado em Grand Slam - marca que agora iguala em Wimbledon.

A opinião de Todd Woodbridge
Durante a transmissão da vitória de Fonseca sobre Brooksby, o comentarista Nick Lester questionou Todd Woodbridge, 22 vezes campeão de Grand Slam em duplas e duplas mistas, sobre as chances do brasileiro entrar no top 10 mundial no próximo ano.
A resposta do australiano foi cautelosa, mas otimista a longo prazo:
"Acho que vai levar dois anos para isso", afirmou Woodbridge.
O ex-tenista destacou alguns aspectos que Fonseca ainda precisa desenvolver: "Há algumas coisas para pensar. Mencionei o lado físico, ele obviamente está aprendendo como vencer partidas, mas quando você olha os placares, ele perdeu muitas partidas em que esteve bem, e elas foram longas e apertadas."
O que falta para Fonseca
Woodbridge identificou uma habilidade crucial que o brasileiro ainda não domina completamente: a capacidade de fechar partidas de forma decisiva.
"Este é um exemplo nesta partida onde ele teve muitas chances de finalizar, vencer games, break points, game points, e não conseguiu fazer isso", analisou o especialista.
Para ilustrar seu ponto, Woodbridge citou três jogadores que já possuem essa qualidade: "Olho para alguém como Alex de Minaur, que com seu estilo de jogo conseguiu tirar as pessoas das partidas, finalizar partidas rapidamente, e essa é outra habilidade que acho que ele vai aprender."
O australiano também mencionou os atuais números 1 e 2 do mundo: "É como Jannik Sinner e Carlos Alcaraz, eles podem vencer, assim que conseguem controle, acabou. Acho que ele ainda não tem isso."
A matemática do top 10
Segundo Woodbridge, para alcançar a elite mundial, Fonseca precisa desenvolver essa mentalidade vencedora: "Para chegar ao top 10, você não pode dar chances aos jogadores ou espaço para respirar para voltarem às partidas; vai acontecer, mas vai levar algum tempo."
Atualmente, o brasileiro ocupa a 46ª posição no ranking ATP ao vivo, após sua vitória em Wimbledon. Ele chegou a Londres classificado em 54º lugar mundial, mostrando a evolução constante em sua classificação.
A distância para o top 10 ainda é considerável: Fonseca está 1.864 pontos atrás de Ben Shelton, atual 10º colocado do ranking mundial.
Destaque no ATP Race 2025
Uma métrica mais relevante para avaliar o desempenho de Fonseca é o ATP Race 2025, que considera apenas os pontos conquistados no ano corrente. Como o brasileiro só começou a jogar um cronograma completo do ATP em 2025, essa classificação oferece uma perspectiva mais precisa de seu nível atual.
No Race ao vivo, Fonseca ocupa a 30ª posição com 997 pontos, tendo conquistado mais pontos que todos, exceto 29 jogadores no circuito masculino desde o início do ano.
Próximos desafios
Se mantiver o ritmo atual durante o resto da temporada, o jovem brasileiro provavelmente chegará ao Australian Open de 2026 como cabeça de chave, um marco importante em sua carreira.
Por enquanto, Fonseca mantém os pés no chão e foca no presente. Sua próxima missão será enfrentar o chileno Nicolas Jarry na terceira rodada de Wimbledon, na sexta-feira, 4 de julho, em busca de uma vaga inédita nas oitavas de final de um Grand Slam.
Com informações de George Patten, do The Tennis Gazette
Ele joga muito, diferenciado, mas deve levar mais tempo para ficar entre os top 10.
Parabéns pela matéria!