Marcondes renasce nos challengers e derruba cabeça 4 em Yokohama

O paulista Igor Marcondes segue transformando sua gira asiática em uma verdadeira retomada de carreira. Depois de furar o quali no challenger de Yokohama, ele conquistou nesta terça-feira sua primeira vitória em nível challenger desde 2022, ao derrotar o britânico Oliver Crawford, cabeça 4 do torneio e 192º do mundo, por duplo 6/4 na estreia da chave principal.

Igor Marcondes (Foto: Reprodução/Instagram)

A atuação firme diante de um jogador muito mais bem ranqueado consolida o excelente momento do brasileiro em quadras duras asiáticas. Marcondes vem de dois títulos de ITF M15 na Tailândia, passou pelo qualifying em Kobe na semana passada (onde caiu na estreia da chave principal) e novamente atravessou o quali em Yokohama, agora conseguindo também avançar na chave.

Com essa sequência, ele sai da região fora do top 600 para o 439º lugar na próxima segunda-feira. Hoje, aparece na lista da ATP como 469º do mundo.

Vitória madura contra um top 200

O duelo contra Crawford foi daqueles que medem o nível de confiança do jogador. Enfrentando um adversário de temporada muito forte em 2025 (Crawford tem ano de altíssimo volume, com quatro títulos de challenger em nível mais baixo), Marcondes foi sólido nos dois sets.

No primeiro, o brasileiro não enfrentou um break-point sequer e aproveitou a oportunidade na reta final: conseguiu a quebra decisiva no nono game, abrindo 5/4 e fechando em seguida em 6/4.

Na segunda parcial, o roteiro teve mais oscilações no começo. Marcondes começou com quebra, perdeu o saque logo na sequência, mas depois estabilizou totalmente o serviço. Sem voltar a ser ameaçado, voltou a pressionar o britânico no sétimo game, conseguiu novo break e administrou até repetir o 6/4 que decretou a vitória.

Próximo desafio: japonês em casa e chave “aberta”

O caminho em Yokohama ainda permite sonhar mais alto. Marcondes terá pela frente, na segunda rodada, o japonês Yuki Mochizuki, que estreou vencendo o compatriota Jumpei Yamasaki por 6/4 e 7/6 (7-5).

Dentro da própria comunidade de fãs de tênis, o sentimento é de que “a chave abriu” para o brasileiro, já que o cabeça 4 ficou pelo caminho e a seção do torneio oferece uma rota teoricamente menos dura até quartas.

Se mantiver o padrão mostrado diante de Crawford, com saque bem protegido, paciência na construção dos pontos de fundo e agressividade controlada nos momentos-chave, Marcondes não apenas consolida a volta ao top 500, como se aproxima de um patamar que lhe permita entrar direto em challengers menores no início de 2026.