Calderano bate coreano, faz semi inédita e garante medalha para o Brasil no Mundial de Tênis de Mesa

(Foto: ITTF/WTT)

O tênis de mesa brasileiro viveu um dia para entrar na história nesta sexta-feira, em Doha. Hugo Calderano, número 3 do mundo, não tomou conhecimento da pressão e venceu o sul-coreano An Jaehyun (17º do ranking) por 4 sets a 1 (11/4, 11/6, 9/11, 11/7 e 12/10), avançando à semifinal do Campeonato Mundial e garantindo, de quebra, a primeira medalha do Brasil em Mundiais individuais.

A partida foi marcada por domínio do brasileiro desde o início. Calderano abriu 2 a 0 com autoridade, mesmo diante de um adversário que vinha embalado após eliminar o francês Félix Lebrun, algoz do próprio Hugo na disputa do bronze olímpico. O coreano até tentou reagir, venceu o terceiro set, mas Calderano manteve a cabeça no lugar, foi paciente nos momentos decisivos e fechou o jogo com um 12/10 emocionante no quinto set, após salvar três match points.

Durante o segundo set, An chegou a reclamar do saque do brasileiro, alegando que não conseguia ver a bola saindo da mão de Calderano. O árbitro não acatou a reclamação, e o brasileiro seguiu firme, sem se abalar. Com a vitória, Calderano mantém 100% de aproveitamento no confronto direto: são seis vitórias em seis jogos contra o coreano desde 2021.

Ao final, visivelmente emocionado, Calderano celebrou:

“Foi uma grande partida, difícil expressar em palavras esse momento. Estou muito feliz e quero continuar levando o melhor do tênis de mesa para o Brasil. [A semi] será uma partida muito dura, ele [Jingkun] sabe como jogar em grandes eventos. Espero que seja uma grande batalha.”

O feito é ainda mais especial porque, além de garantir o bronze (todos os semifinalistas sobem ao pódio), Calderano pode se tornar o primeiro atleta fora da Ásia e da Europa a conquistar um título mundial individual. O próximo desafio será neste sábado (24), contra o chinês Jingkun Liang, 5º do ranking, que eliminou o número 1 do mundo, Lin Shidong, nas quartas.

A campanha de Calderano em Doha coroa um momento espetacular do brasileiro, que há um mês já havia feito história ao conquistar a Copa do Mundo da modalidade, quebrando a hegemonia asiática. Agora, ele coloca o Brasil de vez entre as potências do tênis de mesa mundial.