Fonseca cai em Roma e admite: “O nervosismo tem me deixado na mão”
- Raphael Favilla
- 8 de mai.
- 3 min de leitura
A estreia de João Fonseca no Masters 1000 de Roma terminou com mais uma derrota precoce e um desabafo sincero do jovem brasileiro. Diante do húngaro Fabian Marozsan, 61º do ranking, João não conseguiu repetir o bom desempenho de outros momentos da temporada e foi superado por 6/3 e 7/6 (7-4), acumulando sua terceira derrota consecutiva no saibro europeu.
Principal promessa do tênis brasileiro, o carioca de 18 anos e atualmente 65º do mundo, já havia caído na segunda rodada do Masters de Madri para Tommy Paul e na estreia do Challenger de Estoril diante do holandês Jesper de Jong. Sua única vitória no saibro europeu em 2025 foi sobre o dinamarquês Elmer Moller, em Madri.
No duelo contra Marozsan, Fonseca demorou a encontrar seu melhor ritmo. O húngaro foi mais sólido desde o início, não enfrentou break points no primeiro set e aproveitou a única chance de quebra para abrir vantagem. Marozsan terminou a parcial com o dobro de bolas vencedoras (6 a 3) e menos erros não forçados (9 a 13).
O segundo set foi mais equilibrado. Fonseca chegou a devolver uma quebra e teve três chances para abrir vantagem no oitavo game, mas o adversário se salvou com bons saques e uma paralela de backhand. No tiebreak, o brasileiro até saiu na frente, mas cometeu duas duplas faltas seguidas e viu Marozsan abrir vantagem até fechar o jogo.
Os números da partida escancaram o momento de instabilidade do jovem brasileiro: Fonseca terminou com 10 erros não forçados a mais que o rival (37 a 27) e aproveitamento de primeiro serviço inferior (60% contra 73%). Apesar de ter equilibrado o número de winners no segundo set (18 a 19), a falta de consistência e o nervosismo nos pontos decisivos pesaram.
Com a eliminação precoce em Roma e sem inscrição garantida em outros torneios antes de Roland Garros, Fonseca pode chegar ao Grand Slam francês com apenas uma vitória no saibro europeu. Caso não receba convite para eventos como Hamburgo, Genebra ou algum challenger, o brasileiro terá pouco ritmo para encarar a chave principal em Paris.

Após a eliminação, João foi transparente ao comentar o impacto do emocional em seu desempenho. Em suas palavras:
“Foi um jogo difícil contra o Marozsan. Não entrei da melhor forma possível, um pouco nervoso e cometendo muitos erros. Ele foi se sentindo cada vez mais confortável na partida. Tenho feito bons treinos ultimamente, tenho me sentindo bem dentro de quadra, mas tenho que melhorar a minha parte mental", confessou.
"Um pouco de nervosismo é normal na minha idade, agora que estou jogando em estádios, com cada vez mais expectativa. Então é seguir trabalhando, seguir sendo eu, seguir jogando feliz. Estou hesitando um pouco de cabeça, mas vai passar, eu sei disso, se eu continuar fazendo as coisas do jeito certo, as coisas vão passar mais rápido", continuou Fonseca.
Acho que raça e vontade nunca vai faltar. Eu digo dessa parte mental, porque é uma coisa que eu tenho como arma. Eu diria que é a minha melhor arma é a mental. Eu tento tratar tudo que está acontecendo na minha vida muito bem. Mas, nessas últimas duas partidas, o nervosismo de entrar em quadra tem me deixado na mão. Então é seguir trabalhando, seguir respirando, meditando, conversar com pessoas que vão fazer meu bem. E isso é o Tênis. Eu sou novo, estou aprendendo, sempre buscando aprender e melhorar.", concluiu.
A fala “o nervosismo de entrar na quadra tem me deixado na mão” resume o sentimento do brasileiro, que vive seu primeiro ano completo no circuito ATP e já mostrou potencial para grandes conquistas, mas ainda busca equilíbrio emocional para lidar com a pressão dos grandes palcos.
Com a eliminação em Roma, Fonseca pode chegar a Roland Garros com apenas uma vitória no saibro europeu em 2025, caso não dispute outros torneios nas próximas semanas. O momento é de aprendizado, e o próprio tenista reconhece que o caminho para o topo exige paciência, trabalho mental e amadurecimento.
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