Hugo Calderano conquista prata histórica: "Não vou parar por aqui"
- Raphael Favilla
- 25 de mai.
- 3 min de leitura

O tênis de mesa brasileiro viveu neste domingo, 25 de maio de 2025, um capítulo que já entra para a história do esporte nacional e mundial. Hugo Calderano, de 28 anos, conquistou a medalha de prata no Campeonato Mundial de Tênis de Mesa, em Doha, tornando-se o primeiro atleta das Américas – e o primeiro fora da Ásia e da Europa – a disputar uma final de simples do torneio. O feito é inédito não só para o Brasil, mas para toda a América Latina, e coloca Calderano definitivamente entre os grandes nomes do esporte mundial.
Na decisão, Calderano enfrentou o chinês Wang Chuqin, número 2 do ranking mundial, e acabou superado por 4 sets a 1, com parciais de 12/10, 11/3, 4/11, 11/2 e 11/7. O brasileiro chegou a equilibrar o primeiro set e venceu o terceiro com autoridade, mas sentiu o desgaste físico após uma campanha duríssima e não conseguiu manter o ritmo diante da agressividade e consistência do adversário.
“Não consegui propor meu melhor hoje, faltou perna e físico. O jogo de ontem me esgotou, estava tentando o tempo inteiro. Poderia ter sido um pouco diferente, mas acho que não estava em condições de ganhar de um cara desse nível, que jogou muito do início ao fim. Eu tenho um estilo de jogo muito agressivo, preciso muito da minha parte física, e os chineses jogam nesse nível sempre. É muito esforço mental e físico e hoje eu não tinha o que precisava”, admitiu Calderano após a final.
Campanha histórica e números impressionantes
A trajetória de Calderano até a final foi marcada por vitórias expressivas sobre adversários de diferentes continentes. O brasileiro superou o mexicano Rogélio Castro (4 a 1), o tunisiano Wassim Essid (4 a 0), o cazaque Kirill Gerassimenko (4 a 2), o nigeriano Quadri Aruna (4 a 0), o sul-coreano An Jae-Hyun (4 a 1) e, na semifinal, protagonizou um duelo épico contra o chinês Liang Jingkun, vencendo por 4 a 3. O desempenho reforça o momento especial do carioca, que vinha de 12 vitórias seguidas na temporada e, em abril, já havia conquistado a Copa do Mundo em Macau, outro feito inédito para o continente Campo Grande News.
O confronto com Wang Chuqin já é um clássico recente do tênis de mesa mundial. Em abril, Calderano havia derrotado o chinês na semifinal da Copa do Mundo, mas agora o chinês ampliou sua vantagem no confronto direto para 5 a 2.
Contexto histórico e impacto para o tênis de mesa brasileiro
A medalha de Calderano quebra um tabu de mais de 20 anos de domínio asiático – especialmente chinês – no Mundial de Tênis de Mesa. Desde 2003, todos os campeões do simples masculino são chineses. O Brasil, que nunca havia sequer chegado a uma semifinal, agora tem um vice-campeão mundial, o que pode impulsionar ainda mais o crescimento da modalidade no país e no continente.
“Tenho perfeita noção da magnitude disso tudo. Vivo no tênis de mesa há muito tempo e sei como é a concorrência. Com certeza entendo a magnitude desse feito e com certeza não vou parar por aqui. Agora eu preciso de um descanso (risos). É para isso que treino tanto, que me esforço tanto. Estou sempre pensando na carreira, tomando decisões baseados no que preciso, e aceitando sofrer quando preciso. Eu vou continuar fazendo, porque com certeza vale a pena viver momento como esses”, declarou Calderano, já projetando novos desafios.
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